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A guerra civil como paradigma biopolítico de governo: conexões com o pensamento de Giorgio Agamben

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Autor Peixoto, Erika Gomes;
Lattes do autor http://lattes.cnpq.br/1019827875520052;
Orientador Ruiz, Castor Mari Martín Bartolomé;
Lattes do orientador http://lattes.cnpq.br/3700477816262221;
Co-orientador Chignola, Sandro;
Lattes do co-orientador http://lattes.cnpq.br/8117550724329031;
Instituição Universidade do Vale do Rio dos Sinos;
Sigla da instituição Unisinos;
País da instituição Brasil;
Instituto/Departamento Escola de Humanidades;
Idioma pt_BR;
Título A guerra civil como paradigma biopolítico de governo: conexões com o pensamento de Giorgio Agamben;
Resumo Esta pesquisa tem como tema central o paradigma da guerra civil, que é singular para compreender as complexas relações existentes entre o processo de politização da vida e o projeto de governamentalidade em curso na sociedade hodierna. A investigação realiza-se no diálogo com as reflexões do autor italiano Giorgio Agamben e com as pesquisas realizadas por Michel Foucault, no Collège de France, nas quais podemos pensar o problema bélico da atualidade para além das normas do Direito Internacional, como uma ameaça constante e ilimitada, conformando um verdadeiro dispositivo biopolítico de gerenciamento da complexa ordem mundial em curso. A pesquisa analisa como o projeto moderno, guiado por uma razão instrumental, fundamentado a partir do ideal de pacificação social, instituiu, na era westfaliana, um novo senhor da paz e da guerra: o Estado. E sinaliza como esse gládio da guerra encontrou justificação nas teorias de Jean Bodin e na perspectiva contratualista de Thomas Hobbes. O Leviatã, com a prerrogativa de cessar a guerra de todos contra todos, passa a ser o portador da espada da guerra e da justiça. Todavia, essa ordem jurídica, postulante de uma igualdade entre Estados, de uma divisão entre os inimigos internos e externos, encontrou, como aponta Carl Schmitt, no século XX, sua crise definitiva. O estudo mostra como as guerras perderam sua formalidade jurídica e passaram de ações militares a meras operações policiais. Tais condições são acompanhadas pela crise das categorias fundamentais do Ocidente, que tomam um sentido fugaz em nosso tempo, e pela prevalência de relações meramente econômicas (oikonômicas), baseadas apenas no estatuto biológico. Tão logo a vida enquanto tal é inserida nos cálculos do poder, a guerra civil assume a forma doméstica, de um terrorismo mundial. Diante do exposto, a hipótese principal desta pesquisa é pensar a emergência da guerra civil, de maneira conexa e correlata ao estado de exceção, como um dispositivo bio-necropolítico de governo da vida. Essas mudanças nos rumos da beligerância foram amplamente fundamentadas na contemporaneidade pela retórica da “guerra ao terror”, cujo discurso criminalizante rompeu as barreiras impostas pelo direito de guerra, assumindo a forma de uma mundialização das técnicas de contrainsurgência. O princípio desse conflito anômico, marcado pela indeterminação jurídica, é o discurso da segurança, como mote para exercer um controle cada vez maior sobre a população. A investigação aponta que o paradigma do Estado securitário permite-nos compreender com maior nitidez a complexidade dessa guerra civil contemporânea, que realiza um trânsito pelas engrenagens de uma máquina governamental, articulando-se entre dois polos: o da soberania e o do governo. Entre estratégias de controle, condução de condutas e práticas de excesso e de coerção explícita, no limiar de indistinção entre conceitos como guerra e paz, interior e exterior, norma e exceção, a sociedade contemporânea é marcada pelo progresso de uma guerra civil anômica, fora dos parâmetros convencionais, como uma prática de polícia mundial, de governo da vida em escala global.;
Abstract Questa ricerca ha come tema centrale il paradigma della guerra civile, che è unico per comprendere le complesse relazioni tra il processo di politicizzazione della vita e il progetto di governamentalità in corso nella società odierna. L’indagine si svolge in dialogo con le riflessioni dell’autore italiano Giorgio Agamben, e con la ricerca svolta da Michel Foucault, al Collège de France, in cui di può pensare all’attuale problema bellico al di là delle norme del diritto internazionale, come una minaccia costante e illimitata, costituendo un vero e proprio dispositivo biopolitico per la gestione del complesso ordine mondiale in corso. La ricerca analizza come i progetto moderno, guidato da una ragione strumentale, fondata sull’ideale della pacificazione sociale, istituì in epoca westfaliana un nuovo signore della pace e della guerra: lo Stato. Questa spada da guerra ha trovato giustificazione nelle teorie di Jean Bodin e nella prospettiva contrattualistica di Thomas Hobbes. Il Leviathan, con la prerogativa di porre fine alla guerra di tutti contro tutti, diventa il portatore della spada della guerra e della giustizia. Tuttavia, questo ordinamento giuridico, postulando un’uguaglianza tra Stati, in una divisione tra nemici interni ed esterni, ha trovato, come ricorda Carl Schmitt, nel XX secolo, la sua crisi definitiva. Lo studio mostra come le guerra hanno perso la loro formalità legale e sono passate da azioni militari a semplici operazioni di polizia. Tali condizioni sono accompagnato dalla crisi delle categorie fondamentali dell’Occidente, che nella società odierna assumono un significato fugace, e dal prevalere di relazioni meramente economiche (oikonomiche), basate solo sullo statuto biologico. Non appena la vita in quanto tale è inserita nei calcoli del potere, la guerra civile assume la forma interna del terrorismo mondiale. Premesso quanto sopra, l’ipotesi principale di questa ricerca è pensare all’emergere della guerra civile, in modo connesso e correlato allo stato di eccezione, come dispositivo bio-necropolitico di governo della vita. Questo cambiamento nella direzione della belligeranza è stato largamente basato nella contemporaneità dalla retorica della “guerra al terrore”, il cui discorso criminalizzante ha rotto le barriere imposte dal diritto di guerra, operando una globalizzazione delle tecniche di controinsurrezione. Il principio di questo conflitto anomico, segnato dall’indeterminatezza giuridica, è il discorso della sicurezza, come motto per esercitare un controllo sempre maggiore sulla popolazione. L’inchiesta sottolinea che il paradigma dello Stato di sicurezza permette di comprendere più chiaramente la complessità di questa guerra civile contemporanea, che si muove attraverso gli ingranaggi di una macchina governativa, articolandosi tra due poli: sovranità e governo. Tra strategie di controllo, conduzione di condotte e pratiche di eccesso ed esplicita coercizione, sulla soglia tra concetti come guerra e pace, interno ed esterno, norma ed eccezione, la società contemporanea è segnata dall’avanzare di una guerra civile anomala, fuori dai parametri convenzionali, come pratica di polizia mondiale, di governo della vita su scala globale.; This research has as its central theme the paradigm of the civil war, unique for understanding the complex relationships that exist between the process of politicization of life and the governmentality project underway in today’s society. The investigation is carried out in dialogue with the reflections of the Italian author Giorgio Agamben, and with the research conducted by Michel Foucault, at the Collège de France, in which we can think of the current war problem beyond the norms of International Law, as a constant and unlimited threat, a real biopolitical device for managing the complex world order in progress. The research analyzes how the modern project, guided by an instrumental reason, based on the ideal of social pacification, instituted in the Westphalian era a new lord of peace and war: the State. This glaive of war found justification in the theories of Jean Bodin and in the contractualist perspective of Thomas Hobbes. The Leviathan, with the prerogative of ceasing the war of all against all, becomes the bearer of the sword of war and justice. However, this legal order, postulating an equality between States, a division between internal and external enemies, found, as Carl Schmitt points out, in the 20th century, its definitive crisis. The study shows how wars lost their legal formality and went from military actions to mere police operations. Such conditions are accompanied by the crisis of the fundamental categories of the West, which take on a fleeting meaning in our time, and by the prevalence of merely economic (oikonomic) relationships, based only on biological status. As soon as life as such is inserted into the calculations of power, civil war takes on the domestic form of world terrorism. Given the above, the main hypothesis of this research is to think about the emergence of civil war, in a way connected and correlated to the state of exception, as a bio-necropolitical device for governing life. These changes in the direction of belligerence were largely justifiable in contemporaneity by the rhetoric of the “war on terror”, whose criminalizing discourse broke the barriers imposed by the right of war, taking the form of a globalization of counterinsurgency techniques. The principle of this anomic conflict, marked by legal indeterminacy, is the discourse of security, as a motto to exert ever greater control over the population. The investigation points out that the paradigm of the security state allows us to understand more clearly the complexity of this contemporary civil war, which moves through the gears of a governmental machine, articulating itself between two poles: that of sovereignty and that of government. Amidst strategies of control, conduction of conduct and practices of excess and explicit coercion, on the threshold of indistinction between concepts such as war and peace, interior and exterior, norm and exception, contemporary society is marked by the progress of a civil war anomalous, outside conventional parameters, as a practice of world police, of governing life on a global scale.;
Palavras-chave Stásis; Guerra civil; Agamben; Foucault; Biopolítica; Necropolítica; Estado securitário; Segurança; Guerra civile; Biopolitica; Necropolitica; Stato di sicurezza; Civil war; Biopolitics; Necropolitics; Security state; Safety;
Área(s) do conhecimento ACCNPQ::Ciências Humanas::Filosofia;
Tipo Tese;
Data de defesa 2021-10-21;
Agência de fomento CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior;
Direitos de acesso openAccess;
URI http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/10828;
Programa Programa de Pós-Graduação em Filosofia;


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