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Caracterização das rochas hospedeiras e da mineralização sulfetada do Alvo Estrela (Cu-Au), Serra dos Carajás, Pará

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Autor Fleck, André;
Lattes do autor http://lattes.cnpq.br/2793746859044853;
Orientador Lindenmayer, Zara Gerhardt;
Lattes do orientador http://lattes.cnpq.br/6559445935414219;
Instituição Universidade do Vale do Rio dos Sinos;
Sigla da instituição Unisinos;
País da instituição Brasil;
Instituto/Departamento Escola Politécnica;
Idioma pt_BR;
Título Caracterização das rochas hospedeiras e da mineralização sulfetada do Alvo Estrela (Cu-Au), Serra dos Carajás, Pará;
Resumo André Fleck As rochas hospedeiras do Alvo Estrela (Cu-Au), na região da Serra dos Carajás, são andesitos e gabros calcioalcalinos e cogenéticos pertencentes ao Grupo Grão Pará, do Supergrupo Itacaiúnas, formados há 2,7 Ga. As rochas do alvo correspondem a uma seqüência de 400-600m de espessura de andesitos e gabros alterados compostos de hastingsita, Fepargasita, Fe-hornblenda, oligoclásio-andesina, albita, magnetita, biotitas, dravita e schorlita, com menores quantidades de chamosita. Texturas ígneas reliquiares ofítica e subofítica ainda estão preservadas nas rochas. A origem do gabro e do andesito está relacionada a arcos magmáticos, como sugere a razão Sc/Ti do gabro 0,02-2,28 x 10 -3 e 3,25 x 10 -3 - 1,67 x 10 -3 do andesito. A contaminação crustal também é indicada pelo valor negativo do Nd (T)= -3,2. O andesito apresenta maiores conteúdos de ETR (ΣREE = 347 a 1786,12 ppm) do que o gabro (ΣREE = 227,38 a 1028,28 ppm), o quê pode refletir o conteúdo ígneo original ou um estágio avançado de alteração. Esta última hipótese é favorecida pela similaridade entre os padrões das rochas máficas do Alvo Estrela e basaltos e andesitos paleoproterozóicos de Birch Uchi e La Ronge Domain normalizados pelo MORB. As rochas hospedeiras do Alvo Estrela Cu-Au foram afetadas por uma alteração sódico-cálcica inicial seguida por uma alteração potássica, acompanhada de ferrificação e sulfetação, que transformou os protólitos ígneos em rochas ricas em biotita. A alteração sódico-cálcica inicial é representada por hastingsita, Fe-pargasita, Fe-hornblenda, oligoclásioandesina, albita, quartzo, magnetita e menores quantidades de Fe e Mg-biotitas, Fe-epidoto e clorita. A alteração potássica se sobrepõe à alteração sódico-cálcica, sendo composta de siderofilita, biotitas, Fe-epidoto, fluorita, minerais radioativos, quartzo, chamosita, dravita, schorlita, magnetita, calcopirita, pirita, pirrotita, molibdenita e menores quantidades de bornita. O estágio de alteração tardio é representado por greisenização desenvolvida em zonas específicas, principalmente no andesito. A assembléia do greisen é constituída de quartzo, zinnwaldita, Li-muscovita, dravita-schorlita, fluorita, topázio, titanita, F-apatita e clorita. O último estágio de alteração pós-data tanto a mineralização como a greisenização. É marcado por carbonatos junto a fases de baixa temperatura, como calcita, fluorita, chamosita, topázio, quartzo e turmalina. Esta seqüência de alteração sugere que fluidos quentes responsáveis pela alteração potássica e albitização eram oxidados e alcalinos, apresentando altas atividades de K e Cl adicionadas a alta razão Na/Ca. Durante o resfriamento é provável que tenha havido uma diminuição na razão Na/Ca, acompanhada de um aumento na atividade de F, como evidenciado pela maciça presença de fluorita. Raros epidoto e calcita indicam aumento na ix atividade de Ca durante o final do hidrotermalismo. Durante o estágio de greisenização o fluido se tornou reduzido e ácido, permitindo a estabilização de Li-muscovitas e demais fases presentes no greisen. A mineralização sulfetada é epigenética e concentra-se principalmente em veios, brechas e stockworks presentes principalmente no andesito. Os veios e brechas formados em 1,8 Ga são compostos de calcopirita, pirita, bornita (subordinada) molibdenita, além de magnetita, acompanhados da ganga presente nos veios, composta de quartzo, fluorita, albita, siderofilita, turmalinas, epidoto, chamosita, topázio e rara calcita. A alteração hidrotermal, responsável pela mineralização, caracteriza-se inicialmente por um processo de silicificação (pré-mineralização), identificada pela presença de fases como quartzo, albita e magnetita, seguido por um estágio de potassificação, ferrificação e sulfetação, caracterizado pela presença de fases como siderofilita, turmalinas, albita, quartzo, epidoto, fluorita, magnetita, ilmenita, chamosita, calcopirita, pirita, pirrotita, molibdenita com bornita subordinada. A calcopirita substitui a pirita e é,por sua vez substituída por pirrotita. O Au (0,116-0,759%) foi encontrado principalmente na calcopirita. O estágio subseqüente de alteração dos veios (tardi a pós-mineralização) compreende um processo de greisenização incipiente, onde predominam fases cristalinas como quartzo, zinnwaldita, Li-muscovita, turmalinas, fluorita, topázio e clorita. Veios de fluorita, calcita, chamosita, topázio e quartzo pós-datam a mineralização e a greisenização. Temperaturas do geotermômetro da clorita indicam uma média de 235°C para o estágio de greisenização. Esta seqüência de alteração sugere que fluidos quentes, responsáveis pela alteração potássica e albitização eram oxidados, alcalinos e apresentavam uma alta atividade de K e Cl em adição à alta razão Na/Ca. O padrão de preenchimento dos veios também sugere que a fO2 dos fluidos iniciais era compatível com o tampão quartzo-magnetita. Os fluidos, que dominavam os veios com alteração potássica, eram oxidados e provavelmente fracamente alcalinos, tornando-se reduzidos e ácidos, durante o estágio de greisenização. O decréscimo do pH aumentaria a solubilidade da calcopirita, o que pode explicar a menor presença deste sulfeto no greisen. Dados de análises de isótopos de oxigênio realizadas em cristais de quartzo ( 18O = 9,6-10,2‰), clorita ( 18O = 1,2‰ e D-47‰)e biotita ( 18O = 3,7‰ e D-7,8‰) de veios (Z.G. Lindenmayer, com. verbal) sugerem que os fluidos responsáveis pela mineralização possuiam assinaturas metamórficas e que a mistura destes com águas meteóricas tiveram um importante papel no resfriamento do sistema hidrotermal. Esta mistura pode ter reduzido a concentração de cloreto do fluido, diminuindo a solubilidade da calcopirita.;
Abstract The host rocks for the Estrela Cu-Au deposit in the Serra dos Carajás region are calc alkaline and cogenetic andesites and gabbros of the Grão Pará Group, of the Itacaiunas Supergroup, formed by 2.7 Ga. The deposit is in a 400-600 m thick sequence of altered andesites and gabbros, composed by hastingsite, Fe-pargasite, Fe-hornblende, oligoclaseandesine, albite, quartz, magnetite and biotite, with minor chamosite, dravite and schorlite. Relict ophitic to subophitic igneous textures are still preserved in these rocks. The gabbros and andesites are from magmatic arc origin, as suggested by Sc/Ti ratios of 0.02-2.28 x 10 -3 for the gabbros and 3.25 x 10 -3 - 1.67 x 10 -3 for the andesites. Crustal contamination is also indicated by the Nd (T) negative values of –3.2. The andesites present higher REE content (ΣREE = 347 a 1786.12 ppm) than the gabbros (ΣREE = 227.38 a 1028.28 ppm), which may reflect the original igneous content or an advanced alteration stage. The second possibility is favored by the similarity of the MORB normalized spidergrams of the Estrela mafic rocks and the Archean and Paleoproterozoic Canadian Basalts from Birch Uchi and La Ronge Domain. The host rocks of the Estrela Cu-Au Deposit have been affected by an early calcicsodic alteration followed by a potassic alteration, accompanied by ferrification and sulfidation, which transformed the igneous protoliths into biotite-rich rocks. The early calcicsodic alteration is represented by hastingsite, Fe-pargasite, Fe-hornblende, oligoclaseandesine, albite, quartz, magnetite and minor Fe-biotite, Fe-epidote and chlorite. The potassic alteration overprinted the calcic-sodic mineral assemblage and is caracterized by siderophyllite, biotite, Fe-epidote, fluorite, radioactive minerals, quartz, chamosite, dravite, schorlite, magnetite, chalcopyrite, pyrite, pyrrhotite, molybdenite and minor bornite. The late alteration stage is represented by a greisenization at localized sites, mainly in the andesites. The greisen mineralogy is quartz, zinnwaldite, Li-muscovite, dravite-schorlite, fluorite, topaz, titanite, F-apatite and chlorite. The last alteration stage post dates the mineralization and greisenization. It is marked by calcite, fluorite, chamosite, topaz, quartz and tourmaline. The ore is epigenetic, occurring in vein breccias, stockworks, and also disseminated in the host rocks, mostly in the andesites. The vein and breccia ore formed at about 1.8 Ga and consist of chalcopyrite, pyrite, minor bornite, molybdenite and magnetite along with quartz, fluorite, albite, siderophyillite, tourmaline, epidote, chamosite, topaz and occasionally calcite. Except for the calcic-sodic alteration, the same mineralogy is observed in the vein fillings and host rocks. The older veins, pre dating the ore, are composed by quartz, albite and magnetite, characterizing a silicification process, which is followed by a potassic alteration, accompanied xi by ferrification and sulfidation. The next stage of veins contains siderophyllite, biotite, Feepidote, fluorite, radioactive minerals, quartz, chamosite, dravite, shorlite, magnetite, chalcopyrite, pyrite, pyrrhotite, molybdenite and minor bornite. Chalcopyrite replaces pyrite and is replaced by pyrrhotite. Gold (0.116-0.759%) was found manly in chalcopyrite. The late alteration veins present quartz, zinnwaldite, Li-muscovite, dravite-shorlite, fluorite, topaz, titanite, F-apatite and chlorite. Calcite, fluorite, chamosite, topaz, quartz and tourmaline veins post date the mineralization and greisenization. Chorite geothermometry temperature indicate an average of 235°C for late stage veins. This alteration sequence suggests that hotter fluids, responsible by the potassic alteration and albitization were oxidizing, alkaline and held high K and Cl activities in addition to high Na:Ca ratios. During the cooling path a decreasing in the Na:Ca ratio probably occurred accompanied by a sharp increasing of F activity, as evidenced by the massive presence of fluorite. Rare epidote and calcite attest to the slightly growing Ca activity towards the latest hydrothermal phase. During the greisenization stage the fluids became reducing and acidic permitting the stabilization of the Li-muscovites and the other greisen mineral assemblages. The vein filling pattern also suggests that the fO2 of the early fluids was buffered by Quartz-Magnetite. The fluids dominating the potassic veins were still oxidizing and probably slightly alkalic, turning into reducing and acidic during the greisenization stage. The pH decrease would increase the chalcopyrite solubility, which may explain its scarcity associated to the greisen. 18OSMOW on vein quartz ( 18O = 9.6-10.2‰), chlorite ( 18O = 1.2‰ e D-47‰) and biotite ( 18O = 3.7‰ e D-7.8‰) indicate that the mineralizing fluids were metamorphic in origin and that the mixture of meteoric water played an important role on the cooling hydrothermal system. This mixture may have reduced the chloride concentration in the fluid, decreasing the chalcopyrite solubility.;
Palavras-chave Rochas; Mineralização sulfetada; Geologia;
Área(s) do conhecimento ACCNPQ::Ciências Exatas e da Terra::Geologia;
Tipo Dissertação;
Data de defesa 2005;
Agência de fomento CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior; ADIMB - Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira;
Direitos de acesso openAccess;
URI http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/4194;
Programa Programa de Pós-Graduação em Geologia;


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