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Representações sociais de sujeitos em situação de obesidade considerada grave : trajetórias de vida e Itinerários terapêuticos no Sistema Único de Saúde (SUS)

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Autor Lordani, Claudia Rgina Felicetti;
Lattes do autor http://lattes.cnpq.br/5492199139692223;
Orientador Veronese, Marília Veríssimo;
Lattes do orientador http://lattes.cnpq.br/9561090934034324;
Co-orientador Dowbor, Monika Weronika;
Lattes do co-orientador http://lattes.cnpq.br/9020322641323049;
Instituição Universidade do Vale do Rio dos Sinos;
Sigla da instituição Unisinos;
País da instituição Brasil;
Instituto/Departamento Escola de Humanidades;
Idioma pt_BR;
Título Representações sociais de sujeitos em situação de obesidade considerada grave : trajetórias de vida e Itinerários terapêuticos no Sistema Único de Saúde (SUS);
Resumo O corpo e suas formas podem ser compreendidos e interpretados sob diversos modos, a depender dos interesses que o cercam e do período histórico analisado. É por meio do corpo que a relação com o mundo é construída. Na contemporaneidade, o avanço tecnológico da ciência médica profere ‘verdades explicativas’ sobre a ‘normalidade’ e a ‘anormalidade’ do corpo. Esse discurso, em larga medida, é legitimado e naturalizado pela cultura capitalista liberal, por meio das indústrias culturais da obesidade e da magreza e pela na mídia de massa. Esses veículos pulverizam as ‘verdades’ para a sociedade e, com isso, vêm transformando a concepção corporal, idealizando-a enquanto um ideal de magreza, como símbolo de saúde e beleza. As consequências dessas ‘verdades’ incluem a estigmatização de formatos corporais diferentes do padrão hegemônico, em especial o corpo obeso, aprofundando a dicotomia magreza como inclusão e obesidade como exclusão. Diante desse cenário, a presente pesquisa se propôs a compreender o processo de constituição das representações sociais de sujeitos em situação de obesidade considerada grave, frente às suas trajetórias de vida e aos seus itinerários terapêuticos no Sistema Único de Saúde; além disso, teve o objetivo de analisar, na perspectiva destes sujeitos, como as discursividades hegemônicas influenciam o cotidiano e as relações sociais dos sujeitos. Para tanto, por meio da abordagem qualitativa, utilizou-se a Teoria das Representações Sociais como elemento teórico-metodológico. Participaram da pesquisa 20 sujeitos em situação de obesidade, considerada grave, inseridos no Serviço de Obesidade e Cirurgia Bariátrica do Hospital Universitário do Oeste do Paraná (SOCB-HUOP/UNIOESTE), no município de Cascavel-PR. Ao longo das entrevistas e grupo focal, foi possível delinear as representações sociais de sujeitos em situação de obesidade considerada grave enquanto marginalizados pela sociedade: por amigos, familiares, no local de trabalho e por alguns profissionais de saúde. Pelo diagnóstico médico de ‘doença’, culpabilizam-se pela sua situação, sua falta de condições para seguir os tratamentos propostos, nos termos estritamente médicos. A palavra mais utilizada por elas para descrição de suas emoções é a dor – física também, mas sobretudo emocional. A internalização desse estigma antecipa a discriminação, reduzindo, em boa medida, sua autoestima, prejudicando a qualidade das suas relações sociais e reforçando seu isolamento social. Os itinerários terapêuticos percorridos foram, por vezes, frustrantes. A terapêutica empregada pelos profissionais, em sua maioria médicos, não foi suficiente para abarcar a integralidade do sujeito em todas as suas dimensões biopsicossociais. Faltam profissionais de saúde no SUS para compor a multidisciplinariedade; e os que atuam no Sistema, por vezes, foram considerados despreparados, indiferentes e preconceituosos. Por não haver a Linha de Cuidado de Obesidade implantada no município, os sujeitos em situação de obesidade oscilaram entre as redes pública, privada e beneficente ao longo de meses ou até anos. O SOCB-HUOP/UNIOESTE em alguma medida contribuiu para amenizar o sofrimento, por meio de relações horizontais estabelecidas com a equipe multiprofissional. Considera-se urgente refletir sobre a legitimidade dos discursos hegemônicos que influenciam significativamente a vida de pessoas em situação de obesidade.;
Abstract The body and its forms can be understood and interpreted in different ways, depending on the interests that surround it and the historical period analyzed. It is through the body that one builds a relationship with the world. In contemporary times, the technological advance of medical science utters 'explanatory truths' about the 'normality' and the 'abnormality' of the body. This speech is widely legitimized by liberal capitalist culture, through the cultural industries of obesity and thinness, in the mass media. These vehicles pulverize the 'truths' for the society and, through that, they are transforming the corporal conception, idealizing it as an ideal of thinness and making it a symbol of health and beauty. The consequences of these 'truths' include the stigmatization of body shapes different from the hegemonic pattern, especially the obese body, deepening the thinness dichotomy as inclusion and obesity as exclusion. Given this scenario, the present research aimed to understand the process of constitution of the social representations of subjects in situations of obesity considered severe, in the face of their life trajectories and their therapeutic itineraries in the Unified Health System (SUS), in Brazil. Also, it aimed to analyze, from the perspective of these social representations, how hegemonic speech influences daily life and social relations of subjects. For that, through the qualitative approach, the Theory of Social Representations was used as a theoretical-methodological element. Twenty subjects in a situation of obesity, considered severe by the medical-scientific speech, were included in the Obesity and Bariatric Surgery Service of the Western Paraná University Hospital (SOCB-HUOP/UNIOESTE), in the municipality of Cascavel-PR. Throughout the interviews and focus group, it was possible to delineate the social representations of subjects in situations of obesity considered dangerous while marginalized by society: friends, relatives, co-workers, and some health professionals. By medical diagnosis of 'disease,' they blame themselves for their situation, their lack of conditions to follow the proposed treatments, in strictly medical terms. The most used word by them to describe their emotions is suffering - physical as well, but, above all, emotional. The internalization of this stigma anticipates discrimination, reducing to a great extent their self-esteem, hampering the quality of their social relations, and reinforcing their social isolation. The therapeutic itineraries covered were sometimes frustrating. The therapy used by professionals, mostly doctors, was not enough to cover the subject's integrality in all its biopsychosocial dimensions. There is a lack of health professionals in the SUS to create multidisciplinarity, and those who operate in the System have sometimes been considered unprepared, indifferent, and prejudiced. Because the municipality did not implement the Obesity Care Line, the obese subjects oscillated between the public, private, and charitable networks over months or even years. SOCB-HUOP/UNIOESTE has, to some extent, contributed to alleviate suffering through established horizontal relations with the multi-professional team. It is considered urgent to reflect on the legitimacy of hegemonic speeches, which significantly influence the lives of people in the situation of obesity.;
Palavras-chave Representações sociais; Corporeidade; Obesidade; Discursos hegemônicos; Estigma; Social representations; Corporeity; Obesity; Hegemonic Speeches; Social Stigma;
Área(s) do conhecimento ACCNPQ::Ciências Humanas::Sociologia;
Tipo Tese;
Data de defesa 2019-07-18;
Agência de fomento Nenhuma;
Direitos de acesso openAccess;
URI http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/8770;
Programa Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais;


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