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Ecologia de comunidades de turbelários límnicos em áreas úmidas do sul do Brasil

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Autor Braccini, João Alberto Leão;
Lattes do autor http://lattes.cnpq.br/6207112709860861;
Orientador Leal-Zanchet, Ana Maria;
Lattes do orientador http://lattes.cnpq.br/8451861991255161;
Instituição Universidade do Vale do Rio dos Sinos;
Sigla da instituição Unisinos;
País da instituição Brasil;
Instituto/Departamento Escola Politécnica;
Idioma pt_BR;
Título Ecologia de comunidades de turbelários límnicos em áreas úmidas do sul do Brasil;
Resumo Um dos grandes desafios na ecologia é tentar entender os padrões da estrutura das comunidades e suas variações, ao longo de gradientes ambientais. Dentre esses gradientes, a complexidade dos habitats está relacionada a várias características ambientais, tais como: complexidade topográfica ou rugosidade do substrato, diversidade de substratos, variedade de refúgios, altura do substrato, porcentagem de cobertura vegetal e composição vegetal, havendo forte influência desses fatores nas comunidades. As áreas úmidas intermitentes apresentam hidroperíodo anual, tendo por característica fauna e flora únicas que contribuem significativamente para a diversidade local. Por sua vez, as áreas úmidas permanentes possuem água o ano inteiro, e a permanência de água por longos períodos possibilita a ocorrência de espécies não efêmeras. A altitude é uma condição que influencia fortemente o clima de uma região e consequentemente a biota, sendo que com o aumento da altitude diminui a temperatura média, ocorrem mudanças no relevo, na topografia e na hidrografia, acarretando mudanças na estrutura de comunidades em geral. A abordagem espacial, por usa vez, infere que a distância geográfica pode influenciar a estrutura das comunidades, de forma que quanto maior a distância entre duas comunidades, menos similares essas comunidades devem ser. O principal objetivo dessa tese é analisar a influência de fatores locais e regionais sobre a riqueza, abundância e composição de espécies de turbelários em ambientes límnicos na região sul do Brasil, ao longo de diversas condições ambientais. As amostragens ocorreram em 40 áreas úmidas naturais, em ambientes de altitude (Campos de Cima da Serra) e ao longo de todo o litoral do Rio Grande do Sul, entre os anos de 2016 e 2017. Um total de 3008 espécimes de turbelários foi coletado, distribuídos em 76 espécies. Em ambientes de altitude, os fatores hidroperíodo, complexidade de habitat, total de sólidos dissolvidos e, para riqueza, também o pH, levando em consideração variações sazonais, foram os fatores que melhor explicaram as variações na riqueza e abundância de turbelários. Houve influência dessas variáveis também na composição das espécies (p < 0,05). A riqueza de espécies de turbelários foi maior em áreas úmidas costeiras do que em áreas úmidas de altitude (p < 0,05). As comunidades de turbelários foram distintas entre as áreas úmidas de altitude e áreas úmidas costeiras (p < 0,05), com táxons exclusivos para ambos grupos de áreas úmidas, onde o TDS se mostrou uma variável importante para composição das espécies. Ao longo de um gradiente latitudinal na Planície Costeira, a riqueza de espécies apresentou correlação com o espaço, onde os maiores valores estimados foram no litoral médio, e relação positiva com a densidade fitoplanctônica e negativa com a salinidade (p < 0,05). Os valores estimados de abundância de espécimes foram mais altos no litoral sul e houve relação positiva da abundância com o aumento da turbidez e com a diminuição do oxigênio dissolvido (p < 0,05). A composição de espécies de turbelários foi fracamente explicada em amostragens ao longo do litoral gaúcho, com relação significativa com a salinidade e turbidez (p < 0,05). Os resultados do presente estudo destacam quão dinâmicas e complexas são as comunidades de turbelários, com a influência direta de fatores locais e regionais sobre a riqueza, abundância e composição de espécies, havendo expressivo aumento do conhecimento sobre os fatores que influenciam as comunidades desses invertebrados em áreas úmidas naturais neotropicais.;
Abstract One of the big challenges in ecology is trying to understand the patterns of community structure and their variations along environmental gradients. Among these gradients, habitat complexity is related to several environmental characteristics, such as: topographic complexity or substrate roughness, substrate diversity, refuge variety, substrate height, percentage of vegetation cover and vegetation composition, which have a strong influence on communities. Intermittent wetlands have an annual hydroperiod, being characterized by unique fauna and flora that contribute significantly to the local diversity. In turn, permanent wetlands have water throughout the whole year and water staying for long periods allows the occurrence of non-ephemeral species. Altitude is a condition that strongly influences the climate of a region and consequently its biota, an increase in altitude causes diminution in mean temperature, changes in terrain, topography and hydrography, which lead to changes in the general structure of communities. A spatial approach, on the other hand, implies that geographical distance can influence community structure, i.e., the greater the distance between two communities, the less similar they should be. The main objective of this thesis is to analyze the influence of local and regional factors on the richness, abundance and species composition of turbellarian species in freshwater environments in southern Brazil along a series of environmental gradients. The samples occurred in 40 natural wetlands in highland environments (Araucaria Plateau) and along the whole coast of the state of Rio Grande do Sul, between the years 2016 and 2017. A total of 3008 turbellarian specimens of 76 species was collected. In highland environments, the factors hydroperiod, habitat complexity, total dissolved solids (TDS) and, for richness, also pH, considering seasonal variations, were the factors that best-explained variations in turbellarian richness and abundance. There was also influence of these variables on species composition (p < 0.05). Turbellarian species richness was higher in coastal wetlands than in highland wetlands (p < 0.05). The turbellarian communities were distinct between highland and coastal wetlands (p <0.05) with exclusive taxa for both wetland groups, where TDS was an important variable for species composition. Across a latitudinal gradient in Coastal Plain, species richness presented correlation to space, with the highest stimated values in middle coast, and species richness showed a positive relation to phytoplankton density and negative to salinity (p < 0.05). We observed the highest estimated specimen abundance in the south coast; there was a positive relationship between specimen abundance and an increase of turbidity and a decrease of dissolved oxygen (p < 0.05). Species composition was weakly explained, with a significant relation to salinity and turbidity (p < 0.05). The results of this study highlight how dynamic and complex turbellarian communities are, with the direct influence of local and regional factors on richness, abundance and species composition. There was an expressive increase in the knowledge of factors that influence these invertebrate communities in natural neotropical wetlands.;
Palavras-chave Ecologia de invertebrados; Fatores regionais; Fatores locais; Região Neotropical; Invertebrate ecology; Regional factors; Local factors; Neotropical Ecozone;
Área(s) do conhecimento ACCNPQ::Ciências Biológicas::Biologia Geral;
Tipo Tese;
Data de defesa 2019-02-21;
Agência de fomento CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior;
Direitos de acesso openAccess;
URI http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/9825;
Programa Programa de Pós-Graduação em Biologia;


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