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A linguagem oral no sistema socioeducativo mato-grossense: narrativas de professoras de Língua Portuguesa diante da oralidade dos jovens em espaços de internação e vigilância

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Autor Santana, Nadir Jardim;
Lattes do autor http://lattes.cnpq.br/7297352458772545;
Orientador Ferreira, Maurício dos Santos;
Lattes do orientador http://lattes.cnpq.br/0530032087584186;
Instituição Universidade do Vale do Rio dos Sinos;
Sigla da instituição Unisinos;
País da instituição Brasil;
Instituto/Departamento Escola de Humanidades;
Idioma pt_BR;
Título A linguagem oral no sistema socioeducativo mato-grossense: narrativas de professoras de Língua Portuguesa diante da oralidade dos jovens em espaços de internação e vigilância;
Resumo A presente pesquisa desenvolve um estudo acerca do tema o uso da linguagem na ambiência do socioeducativo, cujo objetivo geral é analisar e problematizar as narrativas das professoras de Língua Portuguesa a respeito da linguagem oral dos jovens em cumprimento de medida de internação socioeducativa no Estado de Mato Grosso. Ao assumir a perspectiva pós-estruturalista no campo da Educação, compreende-se que a linguagem oral não apenas nomeia, mas principalmente constitui aquilo de que fala. Assim, esta investigação fundamenta-se em autores como Foucault (1997), Skliar (2012), Veiga-Neto (2019), Larrosa (2014). Autores como Masschelein e Simons (2021), Gert Biesta (2020), Rizzini, Irene (2008) e Rizzini, Irma (2011) contribuíram para pensar na relação entre o escolar, a privação da liberdade e a prática pedagógica. Na relação com a Linguística e Sociolinguística, destacam-se os estudos de Pretti (2000); Neves (2003) e Mollica (2009). Ressaltase, neste percurso, a importante etapa de historicização da legislação brasileira acerca do jovem infrator desde o Código de Menores de 1927, passando por “instituições de sequestro” como escola de reforma e escola de preservação, até as medidas socioeducativas implantadas no Brasil a partir de 1990. Em termos teóricometodológicos, trata-se de uma pesquisa qualitativa, a partir de autores como Andrade (2012); Zago (2011); Meyer e Paraíso (2012); Jovechelovitch e Bauer (2008) em que se realizou entrevistas narrativas com quatro professoras de Língua Portuguesa que atuam nos Centros de Atendimento Socioeducativos – CASE’s, distribuídas em quatro municípios do Estado do Mato Grosso. As análises do material empírico apontam para os seguintes achados de pesquisa: a) o ambiente socioeducativo caracteriza-se, inicialmente, como local de medo e receio por parte das docentes, mas com o transcorrer do tempo a ênfase do olhar sobre as práticas de vigilância e controle, tendem à limitar e pautar a prática pedagógica; b) as narrativas a respeito da linguagem oral perpassam pelo reconhecimento da oralidade como forma de resistência, mas apresentam-se, também, em uma construção tênue entre o valorizar as variações linguísticas (gírias) e subjugá-las; c) as abordagens da linguagem oral por parte das docentes apontam para duas vertentes: o ensino normativo da gramática tradicional e a sociolinguística, havendo uma constante dicotomia entre linguagem oral/linguagem escrita; linguagem formal/linguagem informal; d) por fim, no trabalho pedagógico narrado pelas professoras, percebe-se que há uma subordinação da linguagem oral à linguagem escrita, havendo uma depreciação com relação às práticas com a linguagem oral. Enfim, o estudo leva-nos a perceber que há muito ainda a ser explorado no trabalho com linguagem oral, principalmente, a evidenciada na ambiência do socioeducativo, onde as professoras por meio de suas narrativas reconhecem a linguagem oral dos jovens como uma manifestação de resistência.;
Abstract The present research develops a study about the theme of language use in the context of socio-educational environments, with the general objective of analyzing and problematizing the narratives of Portuguese language teachers regarding the oral language of young people undergoing socio-educational internment measures in the State of Mato Grosso. By adopting a post-structuralist perspective in the field of Education, it is understood that oral language not only names but primarily constitutes what it speaks of. Thus, this investigation is based on authors such as Foucault (1997), Skliar (2012), Veiga-Neto (2019), and Larrosa (2014). Authors like Masschelein and Simons (2021), Gert Biesta (2020), Rizzini, Irene (2008), and Rizzini, Irma (2011) have contributed to thinking about the relationship between schooling, deprivation of liberty, and teaching. In relation to Linguistics and Sociolinguistics, the studies of Pretti (2000), Neves (2003), and Mollica (2009) are highlighted. Throughout this journey, the significant process of contextualizing Brazilian legislation regarding young offenders is emphasized, starting from the 1927 Children's Code, passing through "sequestration institutions" such as reform schools and preservation schools, up to the socio-educational measures implemented in Brazil since 1990. In terms of theoretical and methodological approaches, this is a qualitative research, drawing on authors like Andrade (2012), Zago (2011), Meyer and Paraíso (2012), and Jovechelovitch Bauer (2008). Narrative interviews were conducted with four Portuguese language teachers working in Socio-Educational Assistance Centers - CASEs, located in four municipalities in the state of Mato Grosso. The analysis of empirical material points to the following research findings: a) The socio-educational environment is initially characterized as a place of fear and apprehension for the teachers, but over time, the focus on surveillance and control practices tends to restrict and shape pedagogical practice; b) Narratives regarding oral language involve acknowledging orality as a form of resistance, yet they also present a delicate balance between valuing linguistic variations (slang) and suppressing them; c) Approaches to oral language by the teachers indicate two perspectives: normative teaching of traditional grammar and sociolinguistics, with a constant dichotomy between oral language/written language; formal language/informal language; d) Finally, in the pedagogical work narrated by the teachers, there is a subordination of oral language to written language, resulting in a depreciation of practices involving oral language. In conclusion, the study leads us to recognize that there is still much to explore in the realm of oral language, particularly in the socio-educational environment, where teachers, through their narratives, acknowledge the oral language of young people as a manifestation of resistance.;
Palavras-chave Linguagem oral; Medida socioeducativa; Entrevista narrativa; Prática pedagógica; Oral language; Socio-educational measure; Narrative interview; Pedagogical practices;
Área(s) do conhecimento ACCNPQ::Ciências Humanas::Educação;
Tipo Dissertação;
Data de defesa 2023-09-05;
Agência de fomento Nenhuma;
Direitos de acesso openAccess;
URI http://repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/12763;
Programa Programa de Pós-Graduação em Educação;


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