Resumen:
Esta dissertação se inscreve no campo dos Estudos Culturais pós-estruturalistas, para investigar os significados atribuídos aos saberes da Psicologia para o currículo e para a formação docente no âmbito do curso de Pedagogia da UFPI, campus de Teresina. O conjunto de dados foi examinado sob a perspectiva da análise cultural, por meio da análise documental das duas últimas matrizes curriculares do curso e dos planos das cinco disciplinas obrigatórias de Psicologia vigentes, e tendo realizado entrevistas semiestruturadas com dez egressos na fase inicial da carreira docente e cinco professoras do curso de Pedagogia. Com o aporte teórico de Stuart Hall (1997), Tomaz Tadeu da Silva (1999a, 1999b, 2007b), Alfredo Veiga-Neto (2002), Marisa Costa, Rosa Silveira e Luis Henrique Sommer (2003) e Maria Lúcia Wortmann (2007) – que analisam os conceitos de currículo e cultura – e Diana Carvalho (2002), Nathália Carneiro (2010), Ana Sganderla e Diana Carvalho (2010), Priscila Larocca (1999, 2002a) e Lígia Vercelli (2008) – que discutem as relações entre Pedagogia e Psicologia, especialmente na formação docente – foi possível analisar de que formas a Psicologia contribuiu para a constituição da formação inicial em Pedagogia, como uma das ciências que baliza essa formação, criando condições para a sustentação do processo de “psicologização da Pedagogia”. A pesquisa analisou, ainda, a dissociação entre teoria e prática, estruturante do processo de formação, em que a formação teórica em Psicologia parece estar dissociada de conhecimentos adquiridos pela experiência profissional em Pedagogia, não respondendo às necessidades de formação profissional que a contemporaneidade coloca aos professores.