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A participação de mulheres na economia solidária como uma estratégia de enfrentamento às violências de gênero na região serrana de Santa Catarina

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Autor Pereira, Josilaine Antunes;
Lattes do autor http://lattes.cnpq.br/6632644658092786;
Orientador Adams, Telmo;
Lattes do orientador http://lattes.cnpq.br/7293725605745367;
Instituição Universidade do Vale do Rio dos Sinos;
Sigla da instituição Unisinos;
País da instituição Brasil;
Instituto/Departamento Escola de Humanidades;
Idioma pt_BR;
Título A participação de mulheres na economia solidária como uma estratégia de enfrentamento às violências de gênero na região serrana de Santa Catarina;
Resumo A investigação desta tese teve como objetivo compreender se a participação de mulheres na economia solidária pode se constituir em estratégia de enfrentamento às violências de gênero na Região Serrana de Santa Catarina. A pesquisa de campo foi realizada com mulheres participantes de empreendimentos econômicos solidários dos municípios de Lages, Otacílio Costa e Rio Rufino. Com representante do poder judiciário, gestores de secretarias de políticas públicas municipais para mulher, do desenvolvimento econômico e representantes da sociedade civil que compõem a política pública para a mulher e economia solidária do município de Lages. Suas percepções foram recolhidas por meio de rodas de conversa online, entrevistas presenciais e por questionário semi-estruturado. O diálogo referenciou-se em princípios da educação popular na esteira da tradição pedagógica freireana e o movimento da (des)colonialidade do saber, do poder e de gênero a partir de uma perspectiva epistemológica latino-americana. A interação entre a teoria ancorada no materialismo histórico dialético e o fluxo das vozes do campo é contemplada ao longo do texto, tendo por fundamento os saberes, fazeres e a sabedoria das sujeitas participantes da pesquisa. A análise permitiu compreender que: (a) a realidade em que se move o objeto de pesquisa é histórica, tem contexto, encontra-se em movimento e transformação; (b) não obstante, as condicionalidades e sínteses de múltiplas determinações nas quais os fenômenos sociais se exteriorizam, incidem em homens e mulheres com seus pensamentos, sentimentos e ações que constroem a história; embora não escolham as circunstâncias sob as quais ela é feita pois estas foram transmitidas pelas gerações passadas; (c) a estratégia da participação de mulheres na economia solidária como enfrentamento às violências de gênero pode ser válida e potente na medida em que não se reduz esta “outra economia” à dimensão econômica, mas vista como uma totalidade em que se apresentam todas as dimensões da vida material e imaterial; (d) a estratégia de participação na economia solidária, também carrega a possibilidade de resistir e reexistir frente ao modo de produção de sociabilidade hegemonicamente capitalista, pois a problematiza e aponta para outras formas de vida social; (e) os agentes representantes do poder público que atuam na política de economia solidária e nas políticas para as mulheres, apresentam uma visão limitada e suas ações chegam timidamente, por isso teve significado irrelevante para as integrantes dos empreendimentos econômicos solidários; f) das mulheres entrevistadas ouviu-se testemunhos contundentes acerca da potência da economia solidária enquanto estratégica de enfrentamento das violências de gênero, embora sem receitas prontas. Identificou-se pessoas e organizações em luta, percebeu-se uma cultura emergente no combate ao sistema do patriarcado, à cultura machista e à violência de gênero contra a mulher. Consciência individual e social se forja na e por meio da práxis transformadora. Enfrentar a violência implica em uma trama de aspectos de enorme complexidade. (g) estratégias não se impõem, são construídas por mediações pedagogicamente planejadas, unificadas e apenas a participação na economia solidária é insuficiente, pois outras estratégias ampliadas e tecidas em rede são indispensáveis considerando a correlação de forças em luta.;
Abstract The investigation of this thesis aims to comprehend if the participation of women in solidary economy may be constituted on a strategy of coping with the gender violence on the Mountain Region in Santa Catarina. The field research took place with women who participate on solidary economy enterprises in the cities of Lages, Otacílio Costa and Rio Rufino. With representatives from the judiciary power, managers from city women public departments, from economic development and the civil society who are part of the public policies for women and solidary economy in the city of Lages. The participants’ perceptions were gathered through online talks with several individuals participating, face to face interviews and through semistructured questionnaire. The dialogue was based on the principles of popular education with the traditional “Freireana” pedagogy and the decolonizing movement of knowledge, power and gender with an epistemological Latin-American perspective. The interaction between the historic dialectic materialism theory and the flow of the field voices is gazed throughout the text, having for its basis the knowledge, actions and wisdom of the research subjects. The analysis allowed us to comprehend that: (a) the reality on which the research object moves is historic, has a context, is in constant movement and transformation; (b) the conditions and synthesis of multiple determinations on which the social phenomena is externalized take place in men and women with their thoughts, feelings and actions that build their story; although they do not choose the circumstances under which they are held because they were transmitted by past generations; (c) the strategy of women participating in solidary economy as a method of coping with the gender violence may be valid and powerful when it does not reduce itself to “the other economy” on the economic dimension, but it is seen as the whole dimensions of material and immaterial life; (d) the strategy of participation on solidary economy also carries the possibility of resisting and re-existing face the production method of a capitalist hegemonic sociability, because it problematizes and points to other forms of social life; ( e ) the representatives from the public power who act on the solidary economy policy and on the policies for women present a limited vision and their actions are done in a shy form, that is why it had irrelevant meaning to the participants of the solidary economic enterprises; (f) from the interviewed women we heard incisive testimonials about the power of solidary economy as a strategy of coping with the gender violence, though with no ready recipe. We identified people and organizations in the struggle, we noticed an emergent culture on the combat of the patriarch system, the macho culture and the gender violence against women. Individual and social conscience are forged in and by the transformative praxis. Facing violence implicates many aspects of enormous complexity. (g) Strategies do not impose, themselves or are built by pedagogically planned mediations, unified and the solo participation of the solidary economy is insufficient, because other amplified and net woven strategies are indispensable considering the correlation of forces and the struggle.;
Palavras-chave Participação de mulheres; Economia solidária; Violências de gênero; Estratégia; Emancipação social; Women’s participation; Solidary economy; Gender violence; Strategy; Social emancipation;
Área(s) do conhecimento ACCNPQ::Ciências Humanas::Educação;
Tipo Tese;
Data de defesa 2021-03-26;
Agência de fomento Nenhuma;
Direitos de acesso openAccess;
URI http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/9816;
Programa Programa de Pós-Graduação em Educação;


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