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Alfabetização midiática e jornalismo: práticas jornalísticas na escola para o desenvolvimento do pensamento crítico no combate à desinformação

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Autor Marquetto, Cristine Rahmeier;
Lattes do autor http://lattes.cnpq.br/0482455182535381;
Orientador Marocco, Beatriz Alcaraz;
Lattes do orientador http://lattes.cnpq.br/0598418499690877;
Instituição Universidade do Vale do Rio dos Sinos;
Sigla da instituição Unisinos;
País da instituição Brasil;
Instituto/Departamento Escola da Indústria Criativa;
Idioma pt_BR;
Título Alfabetização midiática e jornalismo: práticas jornalísticas na escola para o desenvolvimento do pensamento crítico no combate à desinformação;
Resumo Esta tese investiga a alfabetização midiática como fenômeno capaz de qualificar o relacionamento do público com as mídias jornalísticas. A desinformação e a falta de confiança nas notícias, observadas mais intensamente depois das eleições norte-americana de 2016 e brasileira de 2018, evidenciam a falta de preparo das pessoas em lidar com a quantidade de informações a que têm acesso e com os novos meios de compartilhamento de conteúdos. O discurso jornalístico, muitas vezes ainda ligado a preceitos positivistas, e a falta de formação educacional sobre os meios não propiciam ao público compreender como o jornalismo opera e constrói os sentidos que circulam na sociedade. Parte-se da premissa de que a alfabetização midiática pode proporcionar conhecimentos sobre as práticas jornalísticas e desenvolver o pensamento crítico, capazes de dar autonomia para os indivíduos se relacionarem com as notícias com mais discernimento e independência. No nível das práticas jornalísticas, discute-se a tensão entre os controles discursivos, explicação e interpretação, com o apoio de Marocco (2016; 2019), Lisboa e Benetti (2015), Meditsch (1997) e Kovach e Rosentiel (2004). O discurso jornalístico ligado a neutralidade, imparcialidade e objetividade, é constrastado a partir das ideias de Alsina (1989), Cornu (1994), Biroli e Miguel (2017), sendo a subjetividade vista neste trabalho como uma potência importante no jornalismo (GENRO FILHO, 1996). Para conceituar alfabetização midiática, os trabalhos de David Buckingham (2007; 2018; 2019) são utilizados como guia na jornada pelo entendimento teórico sobre o termo. Outros autores como Jacquinot-Delaunay et al (2008) e Kellner e Share (2008) são trazidos para o debate. É dedicado espaço para diferenciar o termo de “educação midiática”, “educomunicação” e “mídia-educação”, muitas vezes confundidos com alfabetização midiática. A tese se situa no método indutivo de pesquisas qualitativas, mais especificamente na pesquisa social interpretativa (ROSENTHAL, 2014). A investigação empírica ocorreu em três etapas distintas. Para compreender como a alfabetização midiática poderia ser sistematizada e implementada, foi presenciada apresentação e discussão sobre a temática em evento na Finlândia, país dos mais avançados em políticas públicas para alfabetização midiática. Foi realizada observação participante em dois projetos para que fosse possível verificar a prática de ações nesse sentido. Um projeto é relacionado ao Observatório de Ética Jornalística (objETHOS), da Universidade Federal de Santa Catarina, e o outro está localizado na França, em Lyon, e faz parte das ações da Associação Entre Les Lignes. As análises dos dados coletados possibilitaram estabelecer o que é e como são feitas as ações de alfabetização midiática, e como é possível falar de jornalismo em escolas. Foi possível observar a presença de um debate sobre práticas jornalísticas e o incentivo a um processo reflexivo que contribui para o desenvolvimento do pensamento crítico. Nas considerações finais, são oferecidas questões para incentivar a discussão sobre a alfabetização midiática, com argumentos embasados na teoria e na prática observada. Esta tese e os aportes que contém podem ser usados como base para debates aprofundados sobre a alfabetização midiática e sua implementação no Brasil por legisladores, políticos, educadores, acadêmicos, professores e leitores interessados.;
Abstract The present thesis looks into media literacy as a phenomenon able to qualify the audience relationship with journalistic media. Disinformation and lack of trust in the news, intensely seen after both 2016 United States and 2018 Brazilian presidential elections, are evidence of people’s inadequate preparation to deal with the load of information to which they have access and with the new content-sharing means. Journalistic speech, often still connected to positivist precepts, as well as the absence of educational background regarding the media, do not allow the public to comprehend how journalism operates and builds meanings and perceptions within society. It is assumed that media literacy may provide knowledge concerning journalistic practices and develop critical thinking, which, by their turn, are able to afford autonomy to individuals to relate with the news with further discernment and independence. At the level of journalistic practices, the tension among discursive, explanation and interpretation controls is discussed, with support of Marocco (2016, 2019), Lisboa and Benetti (2015), Meditsch (1997) and Kovach and Rosentiel (2004). Journalistic speech tied to neutrality, impartiality and objectivity, is contrasted with the ideas of Alsina (1989), Cornu (1994), and Biroli and Miguel (2017), with subjectivity being seen in this work as an important power in journalism (GENRO FILHO, 1996). In order to form a concept of media literacy, David Buckingham’s studies (2007, 2018, 2019) are used to guide theoretical understanding of the term. Besides the author, researches by Jacquinot-Delaunay et al. (2008) and Kellner and Share (2008) regarding this theme are approached. There is also differentiation of the terms “media education”, “educomunication” and “media-education”, often erroneously taken by media literacy. This thesis places itself in the inductive method of qualitative researches, more specifically in interpretative social research (ROSENTHAL, 2014). Empirical research took place in three distinct stages. In order to understand how media literacy could be systematized and implemented, a Finnish event holding a debate on this topic was attended, Finland being one of the most advanced countries in public politics for media literacy. The second and third stages correspond to participant observation in two projects which develop actions aimed at media literacy: the first one is related to Santa Catarina Federal University’s Journalistic Ethics Observatory (objETHOS), in Brazil, and the other one relates itself with Entre Les Lignes Association’s activities, in Lyon, France. The analyses from the collected data enabled the establishment of both what actions for media literacy are, and how they are done, as well as possibilities for journalism approach in schools. Moreover, it was possible to observe in these initiatives the presence of a debate on journalistic practices and the incentive to a reflexive process which contributes to the development of critical thinking. In the final remarks, some questions are raised so as to stimulate the discussion about media literacy, with arguments based on theory and observed practices. This thesis and its containing contributions may be used as a base for in-depth discussion about media literacy and its implementation in Brazil by legislators, politicians, educators, academics, teachers and interested readers.;
Palavras-chave Alfabetização midiática; Jornalismo; Práticas jornalísticas; Pensamento crítico; Desinformação; Media literacy; Journalism; Journalistic practices; Critical thinking; Disinformation;
Área(s) do conhecimento ACCNPQ::Ciências Sociais Aplicadas::Comunicação;
Tipo Tese;
Data de defesa 2021-03-30;
Agência de fomento CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior;
Direitos de acesso openAccess;
URI http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/9711;
Programa Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação;


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