Resumo |
A poesia se revela nas linhas do poema, e o poeta, será aquele que as dá vida? Será a montagem meramente um processo mecânico de ordenação? Tais indagações provocam debates que exploram as vastas dimensões dessas áreas, as quais, no final das contas, convergem harmoniosamente. Este trabalho busca aprofundar a compreensão das complexidades dessas duas esferas e como elas se entrelaçam por meio da análise do filme A Árvore da Vida (2011), de Terrence Malick. Este longa, notável por sua abordagem não linear e aberta, ilustra de forma exemplar como a montagem cinematográfica pode transcender a simples linguagem para criar poesia. Neste contexto, a poesia é explorada em sua definição como senso comum, distinguindo-a como poema em contraste com a prosa, reconhecendo-a como arte em sua amplitude e linguagem concreta, incluindo a compreensão de sua função. Essa abordagem é fundamentada, principalmente, nas contribuições de Luciano Marcos Dias Cavalcanti (2014), Silvana Oliveira (2017) e Ítalo Moriconi (2002). Por outro lado, a montagem é explorada com mais foco, contextualizando e definindo-a por meio de seus elementos estruturantes, enquanto também examina o potencial e o papel da montagem como ideologia. Essa análise tem como fonte os livros de Ismail Xavier (2021) e Jacques Aumont (1995). Adicionalmente, ao empregar a perspectiva de Vincent Amiel (2016), a montagem é examinada por meio de associações, conectando a montagem soviética à concepção de poesia discutida anteriormente e estabelecendo uma definição sobre a organização da montagem como poesia, delineando suas ferramentas. A discussão sobre a montagem é mais detalhada, pois foi a forma escolhida para examinar a questão poética do filme. Por fim, aplicando a metodologia da análise fílmica, os conceitos são empregados na análise de A Árvore da Vida (2011), de Terrence Malick, com o objetivo de compreender a poética do filme a partir da montagem, relacionada à temática e suas implicações na dinâmica sujeito/obra.; |