Resumo:
A pesquisa investiga a aplicabilidade do Pipeline de Liderança em uma cooperativa agropecuária, analisando suas oportunidades e limitações. O modelo de pipeline estrutura o desenvolvimento de líderes em sete níveis progressivos, baseados em valores profissionais, gestão do tempo e habilidades específicas. No entanto, a estrutura organizacional e a cultura cooperativista, marcadas por governança compartilhada, tomada de decisão descentralizada e forte colaboração, podem trazer implicações diferentes de uma organização convencional para a aplicação do modelo. Por meio de entrevistas qualitativas com lideranças de uma cooperativa agropecuária de grande porte e outra que já adota o Pipeline, buscou-se compreender a percepção dos líderes sobre sua trajetória e desenvolvimento. Os resultados apontam que, embora o modelo seja uma estratégia eficaz para gestão e desenvolvimento de lideranças, sua implementação enfrenta desafios, como a ausência de um processo formal de sucessão, necessidade de um RH estratégico e envolvimento da alta liderança. A proximidade da diretoria no desenvolvimento das lideranças emergiu como um fator essencial para o sucesso do modelo. Além disso, identificaram-se dissonâncias entre a percepção das lideranças e a realidade organizacional, destacando a importância de uma estrutura processos de progressão de carreira. A pesquisa recomenda capacitação contínua, fortalecimento da gestão de talentos e maior alinhamento do RH à estratégia organizacional, garantindo um desenvolvimento sistemático das lideranças, respeitando as particularidades da cultura cooperativista. Dessa forma, o estudo contribui para o debate sobre a profissionalização da gestão, a educação corporativa e a sustentabilidade das cooperativas agropecuárias a longo prazo.