Resumo:
Diante dos desafios contemporâneos da educação pública e da necessidade de alinhar práticas escolares às transformações culturais, sociais e tecnológicas do século XXI, torna-se essencial compreender como as políticas públicas voltadas à inovação se materializam no cotidiano das escolas. Este estudo teve como objetivo analisar como o Plano de Inovação da Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre (SMED) contribuiu para a inovação pedagógica nas escolas municipais. O referencial teórico da pesquisa aborda os conceitos de inovação pedagógica com base em autores como Cunha (2022), Moraes (1996), Fino (2011) e Behrens (1999), que compreendem a inovação como ruptura paradigmática com os modelos tradicionais de ensino. Também são discutidas as contribuições da cibercultura para a educação (Lévy, Lemos, Santos) e os paradigmas emergentes que apontam para a valorização da autonomia, do pensamento crítico e das práticas colaborativas no processo de ensino-aprendizagem. A pesquisa seguiu uma abordagem qualitativa e exploratória, utilizando estudo de caso em quatro escolas, onde foram aplicadas análise documental, entrevistas semiestruturadas com diretores e professores articuladores de inovação e observação direta das salas inovadoras. Os dados coletados foram analisados por meio da análise de conteúdo de Bardin (2016), identificando padrões e categorias temáticas. O estudo revelou que a atuação do Professor Articulador de Inovação e Tecnologia tem conseguido impulsionar práticas inovadoras, especialmente na mediação entre subjetividades, com ambientes de aprendizagem mais acolhedores e calcados em dimensões emocionais do aprendizado, e na ruptura com formas mais tradicionais de ensinar, incentivando abordagens mais ativas. Além disso, as Salas de Inovação se mostraram espaços promissores para a experimentação de novas abordagens pedagógicas, ampliando as possibilidades de aprendizagem e promovendo maior engajamento dos estudantes. Os resultados também indicaram desafios a serem superados, apontando, a necessidade de uma prática mais participativa na proposição de aprendizagem, com maior envolvimento da comunidade em mecanismos de diálogo e consulta.