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“Os brancos não falam a verdade contra mim. Porque ele é homem e não havia de passar o trabalho que as fêmeas passam”: Maria Rita e a interseccionalidade na experiência de mulheres escravizadas (Comarca de Rio Pardo, século XIX)

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Autor Santos, Bruna Letícia de Oliveira dos;
Lattes do autor http://lattes.cnpq.br/4105563001753334;
Orientador Moreira, Paulo Roberto Staudt;
Lattes do orientador http://lattes.cnpq.br/7416066730700319;
Co-orientador Perussatto, Melina Kleinert;
Lattes do co-orientador http://lattes.cnpq.br/7800703938390342;
Instituição Universidade do Vale do Rio dos Sinos;
Sigla da instituição Unisinos;
País da instituição Brasil;
Instituto/Departamento Escola de Humanidades;
Idioma pt_BR;
Título “Os brancos não falam a verdade contra mim. Porque ele é homem e não havia de passar o trabalho que as fêmeas passam”: Maria Rita e a interseccionalidade na experiência de mulheres escravizadas (Comarca de Rio Pardo, século XIX);
Resumo A escrita desta dissertação foi movida pelo questionamento de como gênero é construído socialmente para mulheres negras e como foi vivido por estas mulheres na História. Buscamos construir respostas a partir da análise dos processos-crime que envolveram escravizadas na comarca de Rio Pardo, Rio Grande do Sul, durante o século XIX, através do estabelecimento de relação entre gênero, raça e condição jurídica na experiência de mulheres escravizadas. No levantamento das fontes e no processo de estruturação do trabalho a experiência de Maria Rita, uma preta mina-nagô que viveu a maternidade do lugar de sujeito mulher negra sob o status jurídico da escravização, se tornou condutora de nossa abordagem teórico-metodológica e histórica. A sua experiência nos apresentou as intersecções do lugar de mulher que ocupava naquela sociedade escravista, por vezes Maria Rita foi mediadora entre dois mundos: o escravizado e aquele onde as imposições da escravização não eram reconhecidas devido à sua origem africana. Assim, a interseccionalidade foi elemento chave ao longo do estudo e se apresentou na análise em diferentes perspectivas. Inicialmente a utilizamos como ferramenta metodológica para pensarmos mulheres negras nas pesquisas historiográficas. Neste sentido, os cruzamentos entre gênero, raça e condição jurídica nos informaram a mulher negra como categoria analítica no campo dos estudos de gênero sobre a escravização. Contudo, com o foco de análise nas mulheres, percebemos a interseccionalidade como experiência vivida na História, conformada pela estrutura de dominação escravista específica para a exploração de mulheres negras como trabalhadoras escravizadas, constituída pelo gênero racializado como pilar interseccional do sistema. E pelo movimento das próprias mulheres no sentido de preservação, recriação e continuidade de humanidade.;
Abstract The writing of this dissertation had the drive to question how gender is socially built for black women and how it was lived by these same women in History. We search to construct answers from analysis of criminal processes that involved enslaved black women at the county of Rio Pardo, state of Rio Grande do Sul, during the XIXth century through the relationship between gender, race, and judicial condition of enslaved women. In the gathering of sources and in the process of structuration of the research, the experience of Maria Rita - a black minanagô who lived her motherhood as a black woman under the judicial status of slavery – became the main focus of our historical inquiry. Maria Rita presented us with the intersections of the place that a woman had in that slave society. For many times, she was the mediator between two worlds, the enslaved and the one that did not recognize the impositions of slavery because of her African origin. Still, intersectionality was the key element across this study and was used in the analysis through different perspectives. Initially, we used it as a methodological tool to think about black women in historiographical researches. In this sense, the intersection between gender, race, and judicial condition has presented black women as an analytical category in the gender studies about slavery. Yet, with the focus of analysis in women, we perceive intersectionality as a living experience in a History bounded by the structure of slavery domination that exploited black women as enslaved workers that were constituted by the racialization of gender as the intersectional cornerstone of the system. And, by the movement and actions of women in the sense of preservation, the recreating and continuity of the humankind.;
Palavras-chave Interseccionalidade; Experiência; Gênero racializado; Mulheres negras; Maternidade; Intersectionality; Experience; Gender-racialized; Black women; Motherhood;
Área(s) do conhecimento ACCNPQ::Ciências Humanas::História;
Tipo Dissertação;
Data de defesa 2020-06-17;
Agência de fomento CNPQ – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico;
Direitos de acesso openAccess;
URI http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/9525;
Programa Programa de Pós-Graduação em História;


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